Jonas, O Pombo Egoísta

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Tubarão Frade
Parte I
Gostaria de relatar a história e curiosidades sobre um livro do AT, o livro do profeta Jonas, pequeno em tamanho, mas rico em informação, curiosidades, ensinos de Deus e até de Biologia.

Tubarão Baleia

A palavra “Jonas” significa “pombo”. Jonas (do hebraico יוֹנָה [Yonah]; em latim Ionas) Profetizou durante o reinado de Jeroboão II, Rei de Israel Setentrional. Jonas era filho de Amitai (Jn 01:01; 2Rs 14:25), proveniente de Gate-Héfer (2Rs 14:25), da Tribo de Zebulom (Js 19:10;13). Tendo em vista sua grande semelhança com as narrativas a respeito de Elias e de Eliseu, é possível que a obra tenha surgido nos mesmos círculos proféticos que compuseram os relatos destes profetas, entre os séculos VII e VIII a.C. (800-750 a.C.).
Jonas é comissionado a ir até a cidade de Nínive para pregar contra ela (Jn 01:01-02).
A cidade de Nínive tinha em torno de 120 mil habitantes e 96 km de diâmetro, era a Capital da Assíria, instituída pelo Rei Senaqueribe, e ficava a 800 km de Gate-Héfer (cidade natal de Jonas). Nínive era conhecida por ser uma cidade sanguinária, que esquartejava seus inimigos, os empalava, furavam seus olhos, arrancavam seus narizes e orelhas e tinham prazer em degolar suas vítimas e, posteriormente, empilhar em forma de pirâmide os seus crânios. No livro de Naum (Posterior a Jonas historicamente) o profeta relata que Nínive tramava o mal contra o Senhor (Na 01:11) e que também era uma cidade de prostituição e Bruxaria (Na 03:04).


 Ao invés de Jonas ir a Nínive ele pega um navio no porto da cidade de Jope (Tribo de Dã e atual Tel-Aviv) e vai para Társis ou Tartesso na Espanha. A rota usada foi o Mar Mediterrâneo, rota essa oposta a Nínive. O navio que Jonas embarcou era um navio mercador fenício, na idade do ferro.
Jonas é jogado no mar pelos marinheiros por ser o causador de uma grande tempestade que quase leva o barco a pique, é engolido por um grande peixe, se arrepende de ter fugido de Deus, inclusive recita um salmo de arrependimento ainda estando no ventre do animal, é vomitado pelo bicho três dias depois nas praias “próximas” a Nínive. Jonas prega a mensagem de Deus a Nínive, proclama que Deus irá destruí-la em 40 dias se o povo não se arrepender, logo a cidade se converte e se arrepende de seus maus caminhos e Deus desiste de destruir a cidade. E Jonas se ira com Deus por ele ter perdoado a cidade. Daí a grande mensagem da misericórdia de Deus para com todos, inclusive para um povo que não era Hebreu e sim gentio e inimigo de Israel. Esse é o relato resumido da história narrada no livro de Jonas.
Uma curiosidade sobre o peixe é a que muitos dizem ter sido uma Baleia-Azul ou uma Baleia-Cachalote que engoliu o profeta. Só que Baleia não é peixe certo? É um mamífero segundo a Biologia. Baleias se alimentam de algas (com exceção da Baleia-Orca que também é carnívora) por terem uma garganta muito pequena. A Bíblia não diz claramente sobre Baleia, e sim, grande peixe (Jn 01:17). Em Mateus 12:40, é citado uma narrativa de Jesus onde ele lembra a história de Jonas e em algumas traduções a fala de Jesus se refere a uma Baleia, mas isso é um erro de tradução, pois a palavra Hebraica usada no AT é a mesma usada no NT em Grego segundo a Septuaginta (Tradução mais antiga da Bíblia para o Grego e mais Fiel ao original Hebraico, mais até que a tradução Vulgata em Latim). Para quem quiser conferir a expressão é το κήτους, que é o genitivo de κτος (artigo + substantivo) essa expressão Grega é a mesma da usada no AT), portanto, um erro de tradução. Por se tratar de um grande peixe, que teria a capacidade de engolir um humano sem machucá-lo ou diluí-lo com seus ácidos gástricos, o único peixe (não mamífero) que se encaixa, Biologicamente falando, seria o Tubarão-Baleia ou o Tubarão-Frade por não terem dentes afiados a ponto de despedaçar um humano, por terem um estômago grande o suficiente para caber um humano e por terem uma digestão Light por serem vegetarianos.
Outra curiosidade é a planta que nasceu para dar sombra ao profeta. Muito provavelmente era uma Mamoneira ou uma Aboboreira. Plantas de folhas grandes.
Parte II
Dada esta introdução com muitas explicações e curiosidades quero relatar uma das lições que tiro deste relato.
Pois bem, Jonas tinha um padrão peculiar de personalidade, se achava muito esperto, auto-suficiente, o grande profeta sabichão. Igual a um filho pré-adolescente que se acha superior aos seus pais. Como posso concluir isto? Simples. No capítulo 01 de Jonas, Deus lhe dá uma ordem explícita para ir até Nínive para pregar contra eles, anunciando-lhes o juízo de Deus. A Bíblia diz que Jonas se dispôs, mas não para fazer a vontade de Deus e sim para fazer a sua própria. Ou seja, se rebelou contra Deus.
Como vimos na Parte I Jonas tinha uma enorme raiva de Nínive. Primeiro por serem gentios, segundo por serem inimigos mortais de Israel e terceiro por serem cruéis. Logo tinha preconceito e medo do povo Ninivita. Jonas nem se quer cogitou a possibilidade de obedecer a Deus. Pois para Jonas “todos estavam errados, menos ele, inclusive Deus”. E simplesmente Jonas Foge! Agindo por impulso, baseando-se somente na emoção e numa razão, até lógica, porém distorcida da realidade. Será que você não conhece ninguém assim? Ou ainda, será que você não é assim? Impulsivo, cheio de razão? Sinto lhe informar que pessoas assim sofrem muito até cederem e reconhecer que não sabem tudo (1Co 13:09). Pessoas assim tendem a ser muito egoístas, mas mesmo sabendo disso elas marcam um monte de compromissos que sabem que não podem cumprir. São os “Furões” da vida. Será que você não conhece alguém assim? Não tem um filho adolescente assim?
Jonas desceu até o porto de Jope (Jn 01:03) e encontrou o barco que estava de saída para Társis; longe de Nínive. Você acha que Jonas se sentiu culpado por isso? Aliás, deve ter ficado muito feliz por ter o dinheiro para pagar a passagem.
Deus então manda uma tempestade para assolar o navio, muito furiosa, quase despedaça o navio. Os tripulantes ficam apavorados, se desesperam e começam a jogar todas as mercadorias que levavam para fora do barco no intuito de esvaziá-lo. Tiveram grandes prejuízos com isso. As pessoas gritando, um caos. E Jonas se importou? Claro que não! Não estava nem aí pra situação, nem se quer foi ajudá-los, nem se sentiu culpado de nada. A Bíblia diz que ele desceu ao porão e foi dormir! (Jn 01:05) Como pode isso?
Os Marujos foram interrogá-lo porque não estavam crendo na tranqüilidade de Jonas. E o que Jonas respondeu?
Jonas 01:09 - Respondeu-lhes ele: Eu sou hebreu, e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca.

Meu Deus! Para Jonas temer a Deus não tinha nada a ver com se submeter a sua vontade. Para ele temer a Deus era algo como ter admiração e medo de Deus. Bom, mas se ele tivesse medo de Deus ele teria ido a Nínive. É, chego à conclusão que Jonas não sabia o que é temer a Deus.
                Depois de Tudo, Jonas foi lançado ao mar (isto porque foi descoberto na sorte, pelo palitinho), um grande animal marinho o engole (Jn 01:17) e Jonas, novamente, desceu com ele até as profundezas do oceano. É a terceira vez que Jonas desce, vai até o fundo, tudo isso por causa da sua teimosia em fazer sua própria vontade.
                Somente nessas horas, de praticamente “fundo do poço”, é que as pessoas com essa personalidade e conduta se lembram de Deus. E mesmo assim muitas delas depois que se safam da tribulação voltam a ser teimosas novamente.
                Jonas orou ao Senhor no ventre do animal, Deus se compadece de Jonas e dá a ordem ao animal para que ele expulse Jonas “próximo” a Nínive. E olha que esse bicho fez uma migração e tanto, porque Nínive ficava do outro lado, no meio da Arábia. Se Deus por um milagre não fez esse peixe nadar em água doce e pegar um atalho pelos Rios Eufrates e Tigre ele teve que nadar saindo do Mar Mediterrâneo, nadando pelo Mar Egeu, entrando no Mar Negro e finalmente cuspindo Jonas em alguma praia, ainda bem longe de Nínive. Isso para Jonas ficar mais próximo a Nínive, mas creio eu que não daria tempo para o peixe fazer essa viagem em apenas 3 dias, logo, deve ter cuspido Jonas nas praias do Mar Mediterrâneo mesmo.
                Jonas entra na cidade, prega e o povo se arrepende (Jn 03). Jonas poderia ter se alegrado, regozijado na salvação daquele povo e ao invés disso ele se revolta contra Deus e deseja a morte. Jonas só se alegrou porque Deus o estava usando com autoridade e parou ai. Ele não se alegrou na salvação do povo, aliás, queria que Deus destruísse a cidade a todo custo, subiu num monte para ver “de camarote” o juízo de Deus para com aquele povo incrédulo (Jn 04). Não contente Jonas fica entediado, enfadado do sol, porque não soube construir nem um abrigo descente, e Deus com toda sua misericórdia, faz crescer uma planta para lhe fazer sombra. No dia seguinte a planta morre. Jonas se importou com a Planta ter morrido?
                Novamente Jonas pede a morte porque preferia morrer a ver os Ninivitas sendo salvos e recebendo misericórdia de Deus, coisa que Jonas achava que isso era direito exclusivo de Israel.
                O livro termina com uma lição de Deus em Jonas, uma lição de sua infinita misericórdia para conosco. Egoísmo nunca levou ninguém a lugar nenhum. Segue o texto:
Jonas 04:09-11 - Então perguntou Deus a Jonas: É razoável essa tua ira por causa da aboboreira? Respondeu ele: É justo que eu me enfade a ponto de desejar a morte. Disse, pois, o Senhor: Tens compaixão da aboboreira, na qual não trabalhaste, nem a fizeste crescer; que numa noite nasceu, e numa noite pereceu. E não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive em que há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem discernir entre a sua mão direita e a esquerda, e também muito gado? Não deveria Eu ter pena dessa grande cidade?


Escrito por: Wagner Bortoletto

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